Reprodução assistida: casal homoafetivo deve tomar quais cuidados?
O auxílio da medicina reprodutiva para que duas pessoas do mesmo sexo tenham filhos biológicos já é uma realidade. Você sabe quais cuidados devem ser tomados?
A formação de uma família homoafetiva constituída por filhos que sejam biologicamente compatíveis com os pais ou mães é algo possível nos dias de hoje por meio da reprodução assistida, que traz técnicas que possibilitam a participação das duas pessoas do casal na geração do bebê.
Alguns cuidados legais e também com a saúde devem ser tomados pelo casal que buscará auxílio nas técnicas disponíveis da medicina reprodutiva, como veremos a seguir.
Técnicas de reprodução assistida para casais homoafetivos
As técnicas de reprodução assistida disponíveis para casais de dois homens são diferentes das direcionadas para casais de duas mulheres, pela natureza do processo.
Para casais homoafetivos femininos, são utilizados espermatozóides advindos de doação, sendo possível realizar a inseminação artificial em uma das mulheres ou ainda recorrer para a fertilização in vitro, que possibilita a gestação compartilhada. Nesta última situação, o óvulo de uma será fertilizado em laboratório e transferido para o útero da outra, ou seja, uma parceira será a mãe biológica e a outra irá gestar o bebê.
Já nos casos em que dois homens compõem o casal, a fertilização in vitro é a única opção, sendo necessário conseguir um útero de substituição, ou seja, uma mulher que passará pela gestação, e óvulos doados. A fecundação ocorrerá com o sêmen de um ou dos dois parceiros.
É importante ressaltar que, caso uma ou as duas pessoas do casal sejam inférteis, os homens podem recorrer à doação de esperma e as mulheres à doação de óvulos.
Cuidados antes e após os procedimentos
Os cuidados a serem tomados pelas mulheres que irão passar por algum procedimento ou que acabaram de fazê-lo são:
- evitar grandes esforços físicos;
- manter dieta nutritiva e saudável;
- manter abstinência de prática sexual pelo período que o médico recomendar;
- fazer o uso correto dos medicamentos que forem passados;
- não fazer uso de drogas;
- não consumir álcool;
- não fumar;
- manter repouso relativo;
- após o procedimento, não ficar muito tempo nem em pé e nem deitada.
Já no caso dos homens, as recomendações são todas relacionadas à preservação da boa qualidade dos espermatozóides que serão coletados, sendo também proibido o uso de drogas, bebidas alcoólicas e cigarros. A dieta balanceada também é recomendada. É necessário um período de 5 dias sem práticas sexuais e cuidados para que os testículos não sejam expostos a temperaturas muito altas.
Caso a coleta do sêmen seja realizada através de punção, o homem deverá manter repouso após o procedimento e fazer uso correto de possíveis medicamentos que sejam receitados.
Leis e regras para casais homoafetivos na reprodução assistida
Os casais homoafetivos possuem pleno direito, por lei, de utilizarem das técnicas da medicina reprodutiva para terem filhos. Sendo assim, nenhum profissional médico poderá se recusar a fazer o acompanhamento e os procedimentos. Existem algumas regras a serem seguidas no desenrolar dos processos, e iremos listar algumas delas a seguir.
O primeiro ponto a ser ressaltado é que qualquer tipo de doação, seja de óvulos ou espermatozóides, e até mesmo o útero de substituição, não podem envolver dinheiro no processo. Os doadores de gametas devem ser anônimos, sendo disponibilizadas apenas algumas características da pessoa para que os futuros pais ou mães possam escolher os que mais se pareçam com eles.
Outro ponto importante é que, a mulher que irá ceder o útero para a gestação do bebê do casal homoafetivo masculino deve possuir um parentesco de até 4° grau com um dos constituintes do casal, sem apresentar compatibilidade sanguínea. Qualquer outra situação deve ser autorizada pelo Conselho Regional de Medicina. Vale ressaltar que os óvulos devem ser advindos de doação, não podendo ser utilizados os da mulher que irá ceder o útero temporariamente. A doação de gametas só pode ser feita por mulheres de até 37 anos e por homens de até 50.
Quando o casal homoafetivo está preparado para realizar os procedimentos?
Acerca deste assunto podemos pensar tanto no âmbito clínico quanto no psicológico que envolvem todo o processo de busca e realização da técnicas de reprodução assistida pelo médico especialista.
Com relação à parte clínica, as pessoas envolvidas devem ser amplamente avaliadas pelo profissional para saberem se estão aptas a passarem pelos procedimentos. Neste ponto é importante a realização de diversos exames, bem como os relatos do estado de saúde e histórico clínico. Aqui podem ocorrer constatações de infertilidade ou patologias que dificultem o desenrolar dos procedimentos, sendo muito importante considerar tratamentos e alternativas.
Já a parte psicológica, também deve receber grande atenção. As duas pessoas do casal devem estar conscientes de todo o processo, realizando-o apenas se for de livre e espontânea vontade. O acompanhamento por profissionais psicólogos é indicado.
Conclusão
A reprodução assistida para casal homoafetivo envolve muitos pontos a serem seguidos, mas tudo fica mais simples ao encontrar um bom especialista na área, que fará todas as orientações.
Ficou com alguma dúvida ou quer realizar algum procedimento? Agende uma consulta.